segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fotógrafo curitibano visita Picuí durante mostra fotográfica

Roberto Pitella, fotógrafo da mostra "Garimpo em Picuí: Os Homens por trás da História", que foi aberta em 1º de maio e tem data prevista para término em 30 de julho, esteve em Picuí, semana passada, e concedeu estrevista exclusiva à equipe de comunicação da Prefeitura Municipal de Picuí. O fotógrafo é professor de fotografia da EMBAP - Escola de Música e Belas Artes do Paraná, e costuma expor suas fotos tanto em galerias, como em muros, de capitais do Brasil e de diversos países dos continentes americano e europeu.

Prefeitura Municipal de Picuí - Como surgiu o convite para realizar este trabalho fotográfico em Picuí?
Roberto Pitella - Eu já conhecia Fátima [Macedo] e já tinha feito um projeto junto com ela, envolvendo escolas, lá no Paraná. A Fátima é uma embaixatriz de Picuí. Eu estava encantado. Eu queria conhecer Picuí. Um dia ela teve essa ideia, essa proposta de homenageiar os garimpeiros, muito em função da história familiar dela, e me perguntou se eu topava vir fotografar o garimpo. Eu topei na hora. Foi fantástico!

PMP - Fotografar o cotidiano da vida no garimpo foi um trabalho novo para você?
RP - Eu tinha fotografado garimpo lá no Paraná, mas é um outro tipo de garimpo. É um garimpo de rio. É uma outra história, uma outra realidade. Esse garimpo [de Picuí], essa vida foi totalmente nova pra mim. Foi e é fascinante!

PMP - Como foi o processo de desenvolvimento deste projeto fotográfico?
RP - Eu vim em setembro do ano passado (2011). Fiquei uma semana, oito dias. Aparentemente é pouco, mas depende também da intensidade que você se entrega. Então, foram oito dias extremamente intensos, tanto de carga horária, quanto de mergulho mesmo, de paixão.

PMP - Como foi a interação entre você e as garimpeiras e os garimpeiros?
RP - Foi fantástico! Claro que se eu tivesse vindo sozinho, não ia ter rolado 1% do que rolou. Esse trabalho deve muito às pessoas que participaram... pessoas que se não tivessem me acompanhado, eu não ia ter este o acesso que tive, sem dúvida nenhuma.

PMP - O que você espera ter transmitido e ainda transmitir nessa exposição?
RP - Por mais que tenha sido novo pra mim, a maior parte das pessoas tem uma ideia muito negativa de garimpo sempre. Eu digo pessoas que não moram aqui. Eu não tenho essa ideia negativa. Aprendi, com eles [garimpeiros], que é uma vida muito sofrida, muito árdua, mas é de uma beleza, de uma delicadeza, de uma paixão. Eles têm uma paixão pela terra que poucas pessoas têm. Eu tô tentando passar isso. É um mundo que merece e deve ser conhecido... de outra forma, de uma forma mais poética até.

PMP - Na manhã de quinta-feira (12/07), as fotos da mostra foram expostas ao ar livre, na Praça João Pessoa, localizada no centro da cidade. Que novidade é essa?
RP - É um projeto que se chama "Jardim Fotográfico". Foram algumas fotos dessas e mais outras, não só minhas, e várias pessoas da cidade contribuíram. É um projeto que eu venho desenvolvendo, já há algum tempo, em que eu faço "flores fotográficas". Pego uma foto, ponho uma astezinha de espetinho, com fita-crepe no fundo, e "planto" a foto. A ideia é semear fotografia, semear gentilezas, semear delicadezas por esse mundão aí. Eu já fiz isso em Curitiba, minha cidade, no Rio de Janeiro, recentemente no Morro do Alemão, em Havana (Cuba), em Paris (França), em Montevideo (Uruguai)... Foi fantástico! Foi com a criançada das escolas, onde eles ajudaram a confeccionar as "flores fotográficas"... semeamos, colocamos no jardim. Aí, chegaram outras crianças, outras professoras, outras pessoas, e foram escolher a foto pra colher. É muito legal porque uma criança fala: "Ah, vou dar pra minha mãe". É uma delicadez pensar em alguém. Outra criança pergunta: "Mas, onde que é isso?" Despertar a curiosidade é uma das funções da educação, da arte. Se todo mundo fosse mais curioso, o mundo ia ser mais divertido.

PMP -  Qual é o seu sentimento de estar em Picuí, hoje, com esta exposição fotográfica?
RP - Pra mim, é um presente! É uma generosidade! Como alguém já falou aqui: "É das gratidão da vida". Eu também sinto isso. Eu ter pudido voltar pra cá, ver essa exposição... tive uma experiência com professores visitando [a mostra]... vim bater papo com eles... não é sempre que isso acontece. É um presente que Picuí tá me dando!

A mostra fotográfica "Garimpo em Picuí: Os Homens por trás da História", na Casa de Reiman, que se localiza na rua Coronel Manoel Lucas, nº 26 - Centro, continua aberta até o dia 30 de julho de 2012, esperando a visita de todos.

A exposição, que foi idealizada pelo Projeto Filhos da Mãe, da picuiense Fátima Macedo, tem como principais apoiadores a Prefeitura Municipal de Picuí, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFPB, JR Mineração, Mineração do Nordeste - RAMIL, a Cooperativa dos Mineradores de Picuí - COOPICUÍ, entre outros.

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